domingo, 27 de agosto de 2023

Pollyanna e o Jogo do Contente.

Resenha #6 Pollyanna e Pollyanna Moça de Eleanor H. Porter.

Capa do livro Pollyanna de 1913.
Reprodução: Pinterest.

Às vezes, um livro fica tão famoso e conhecido na época de seu lançamento, que se torna um clássico, e uma história famosa que quase todo mundo já ouviu falar. Foi isso que aconteceu com 'Pollyanna', livro da escritora estadunidense Eleanor H. Porter, lançado em 1913. A primeira edição lançada no Brasil desse livro foi publicada pela editora Companhia das Letras, e teve tradução de Monteiro Lobato. Sei que pode parecer estranho eu estar falando desse livro, já que ele é mais para meninas, mas eu li o livro e achei a mensagem que ele passa tão boa e bonita, que não teve jeito, e vim aqui falar dele. É um livro infantil, que é um daqueles livros cheios de sentimentos bons. Assim como O Pequeno Príncipe, Meu Pé de Laranja Lima, Peter Pan, Oliver Twist, Nicholas Nickleby e vários outros livros infantis com mensagens fofinhas e que têm crianças bonzinhas.

Considero a primeira edição com tradução de Monteiro Lobato, a mais fiel ao texto original em inglês do livro. As outras edições mais recentes são bem diferentes do texto original. Então, eu li a edição com tradução de Monteiro Lobato, e gostei bastante do jeito de Lobato escrever.

Eleanor Emily Hodgman Porter.
Reprodução: Pinterest.

Eleanor H. Porter nasceu em Littleton, New Hampshire, EUA em 19 de dezembro de 1868, ela era filha de um farmacêutico. Não se sabe muito sobre sua infância e adolescência. Ela frequentou escolas públicas, mas devido a problemas de saúde, abandonou o ensino  médio e continuou seus estudos com professores particulares. Desde cedo ela seguiu na música,demostrando talento na escrita. Ela estudou canto no Conservatório de Música da Nova Inglaterra. Cantou em corais de igreja e deu aulas particulares, era membra ativa da Igreja Congregacional. Em 1892, Casou-se com o empresário John Lyman Porter, de Corinto, Vermont. O casal morou em vários lugares, nos 10 anos seguintes, em Nova York, Tennessee, Springfield, Chattanooga, e em Cambridge, Massachusetts eles foram morar com a mãe inválida de Eleanor. Eles nunca tiveram filhos. 

Em 1901, Eleanor abandonou a música para virar escritora, seu primeiro romance "Correntes Cruzadas", de 1907 foi bem. O romance seguinte, "Senhorita Billy" de 1911 foi de igual sucesso. Seu romance de maior sucesso foi Pollyanna de 1913, que ganhou uma sequência Pollyanna Grows Up (Pollyanna Moça ou Pollyanna Cresceu) de 1915. Além desses livros, Eleanor também escreveu Just David ( Só Davi ou Davi, o Órfão), The Tangled Threads ( Os Fios Emaranhados), The Turn Of The Tide( A maré), The Road to Understanding ( A Estrada do Entendimento), Oh! Money Money! (Oh! Dinheiro! Dinheiro!), Dawn ( Amanhecer), Mary Marie, e Irmã Susie.

Aos 51 anos , ela desenvolveu tuberculose pulmonar, ela morreu logo depois em sua casa. Foi enterrada no cemitério Mount Auburn. O impressionante monumento de 22 pés de altura que homenageia sua vida é construído em mármore rosa da Geórgia. A inscrição na placa de bronze escuro diz: “Em memória de Eleanor H. Porter, que através de seus escritos trouxe a luz do sol para a vida de milhões de pessoas.” Abaixo dessas palavras está uma bela escultura de pergaminho aberto e caneta de pena de um escritor, e acima delas o emblema de uma tocha cercada por uma coroa de flores, talvez simbolizando uma chama eterna e a vitória sobre a morte. Ela está enterrada ao lado de outros membros da família Hodgman e ao lado de seu marido John Lyman Porter.

Todas as informações que falo aqui tirei da Wikipédia e do site https://www.mountauburn.org/eleanor-porter-1868-1920/.

Pois bem, agora que já conhecemos a autora, vamos falar do livro, que segue a história de uma menina, Pollyanna, que tem 11 anos de idade, e ficou órfã , pois seus pais Jenny e John Withier morreram deixando-a só no mundo. O pai da menina era um pastor bem humilde de uma paróquia em Boston. 

A história começa mostrando Miss Polly Harrington, um dama rica e rabujenta que mora numa mansão no alto de uma colina, na cidade fictícia de Beldigsville, uma cidade próxima á Boston. Miss Polly recebe uma carta contando que sua sobrinha Pollyanna Withier, que ficou órfã vai morar com ela. Nancy, a fofa empregada da casa de Miss Polly fica encarregada de ir buscar a menina, que vai chegar de trem na estação. Nancy logo vai contar a notícia ao velho jardineiro da casa, o velho Tom. Tom é pai de um rapaz chamado Timothy, que trabalha para Miss Polly. A empregada Nancy e Timothy vão a estação buscar a pequena órfã. Assim que Pollyanna chega na casa da tia, ela é maltratada pela mesma. Pollyanna é obrigada a dormir num quartinho do sótão, que é um forno no verão, e um frio no inverno e além disso, ela é castigada pela tia dela. Mas toda vez que Pollyanna fica triste, ela joga o " Jogo do Contente", o jogo que o pai dela lhe ensinou. O jogo consiste em sempre procurar algo de bom, não importa o que seja, nas coisas ruins que acontecem. 

Ao longo do livro, Pollyanna faz amizade com uma velha senhora inválida, a Senhora Snow e a filha dela Milly, e um homem misterioso Sr. Pendleton, que moram na vizinhança da casa da tia dela. Ela também conhece um menino órfão abandonado na rua, Jimmy Bean.

E para todos eles, ela ensina o jogo do contente, mas em determinado momento da história, Pollyanna é atropelada por um carro, e perde o movimento das pernas, ela terá que suportar isso e aprender a jogar o jogo nesse momento tão difícil da vida dela.

O livro é bem curto, só tem 180 páginas, e é uma leitura bem rápida e agradável. Ele também é narrado em terceira pessoa, e todos os capítulos têm um subtítulo. Inclusive, achei alguns capítulos bobos demais, por exemplo, tinha um capítulo que fala sobre geleia,  nesse capítulo, Pollyanna conhece a Sra. Snow e a geleia é só um pretexto para elas se conhecerem, é só comida. Pollyanna levava Geleia de Mocotó, Galinha e refogado de carneiro para a Sra. Snow, mas isso era só um pretexto para elas se conhecerem e se falarem, afinal o que importa para a história é a amizade delas, não a comida.

Mas, achei muito lindo essa mensagem que devemos procurar o lado bom da vida, e pensar positivo e que tudo pode ser melhor, ter um pensamento mais otimista da vida. A alegria da personagem é contagiante, ela é muito fofa, sensível, e carismática. Acho que a melhor parte do livro é essa mensagem que ele passa. As vezes, estamos muito tristes e desmotivados por causa das coisas ruins que acontecem na vida, mas temos que levar a vida com leveza e alegria. Pensar de forma otimista.

As edições mais recentes desse livro, até mudaram o nome dos personagens, dando uma aportuguesada. Os nomes Pollyanna vira Poliana, sem Y nem N e L duplo. Sra. Snow, Dona Branca ou Dona Neves. Miss Polly fica Senhorita Paulina, Jimmy Bean fica João Feijão. Enfim, os tradutores colocaram nomes que são comuns aqui no Brasil, Sra. Snow não é comum por aqui, então eles pegaram algum nome que corresponde-se, como Dona Maria, que é comum aqui. O nome da menina é outro exemplo, nos Estados Unidos que é um país de língua inglesa é comum o nome das pessoas terem consoantes duplas e usarem Y no lugar do I. Por aqui não é comum usar trocar Y por I, então ficou só "Poliana" mesmo.

Como a edição desse livro que li ,foi uma das primeiras e mais antigas, eles deixaram a grafia do nome dos personagens igual o da língua inglesa.

Agora vamos falar de Pollyanna Moça de 1915, que é uma continuação da história, que foi lançado dois anos depois do anterior, e que conta a história da adolescência da personagem, na primeira parte do livro, Pollyanna ainda tem 14 anos, já na segunda parte ela já está mais moça, com 20 anos. 

Capa de Pollyana Moça Reprodução: Pinterest.

Pollyanna é deixada na casa de uma senhora chamada Ruth Carew, antes de seus tios, Polly e o médico Thomas Chilton viajarem para a Alemanha. Ruth Carew é uma mulher muito triste e ranzinza, que era irmã de uma enfermeira chamada Della. Acontece que Della estava no sanatório quando Pollyanna foi mandada para lá para tratar das pernas paralisadas, ela conheceu a menina e seu jogo do contente. A enfermeira pediu para os tios de Pollyanna deixarem- na com Ruth Carew, enquanto eles fossem viajar.

Assim que chega na casa, Pollyanna logo começa a mudar a vida de Ruth Carew. A menina conhece dois meninos numa praça, um chamado Jerry, que é vendedor de Jornais, e o amigo dele, um menino tetraplégico chamado Jamie. Os três logo ficam amigos. Ruth Carew revela para Pollyanna o motivo da sua tristeza, ela têm um sobrinho que desapareceu e nunca mais ela o viu, o nome dele era Jamie. 

Pollyanna logo pensa que o sobrinho dela pode ser o mesmo Jamie que ela conheceu, um dia ela e a Sra. Carew acabam indo parar na casa do menino tetraplégico, e as duas vêem muita pobreza e tristeza por lá. 

Pollyanna convence Ruth Carew a adotar Jamie. Ruth o adota, e no Natal, Pollyanna, Ruth,Jamie e Sadie Dean( uma caxeira amiga de Poliana) festejam juntos na casa de Ruth.

Logo depois, os tios de Pollyanna retornam e levam ela para viajar com eles. Anos depois, Pollyanna e sua tia voltam a Beldigsville, sua antiga cidade, já que o tio da menina, o médico Tomas Chilton morreu. Agora a tia de Pollyanna está pobre e sem dinheiro para viver, e a moça precisa fazer algo para melhorar isso.
Ao mesmo tempo, Pollyanna começa a descobrir as inseguranças e mudanças da adolescência. Jimmy Bean,seu amigo, é agora um encantador rapaz. Pollyanna começa a sentir o que sentem as pessoas apaixonadas.

Essa sequência não é tão boa quanto o primeiro livro, já que a personagem está muito diferente, como ela já é maior, ficou uma coisa esquisita ela adulta falando de jogo do contente, além de não ter muitos novos personagens, e o final ser forçado, já que  quase todos os personagens resolvem se casar ao mesmo tempo. Achei muito forçado o final, ficou com cara de finalzinho contos de fadas que todo mundo casa e vive feliz para sempre.
 Por isso, não curti muito essa história.

Então, agora falando das duas obras, elas foram adaptadas para o cinema algumas vezes, tem o filme da Disney de 1960, estrelado por Hayley Mills. Tem um filme de 1920, com Mary Pickford. Tem também um telefilme de 2002.


Em 1956, a Tv Tupi adaptou a obra para telenovela, Polyana foi a primeira telenovela infantil do Brasil. A novela teve uma sequência Polyanna moça, em 1958.
Em 2018, o Sbt lançou outra adaptação dessa obra chamada As Aventuras de Poliana, essa novela também teve uma sequência, Poliana Moça, em 2022.

Então, espero que você tenha curtido a resenha dos livros de hoje, eu vou continuar jogando o jogo do contente, pensando positivo, e é isto. Estou chegando ao final do post de hoje, um abraço para você, aproveite seu fim de semana, e até mais.

Um comentário:

  1. Hi, thanks for the link to your blog. I've just completed my reviews of the 14 Pollyanna books, and agree with you that the first two are up among the best. It's fascinating to read about the way they have taken off in Brazil too, and inspiring to think how many of us are playing the Glad Game around the globe :)

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