sexta-feira, 28 de junho de 2024

Resenha: Os Fios Enrolados

 

Imagem: internet

Oi, pessoas e seus anjos imaginários.

Recentemente, li uma coleção de contos que achei bem clichê e antiga. É a coleção Os Fios Enrolados de Eleanor H. Porter, autora de Pollyanna, lançado em 1919. Essa coletânia de contos reúne 20 contos da autora, que são: Uma Herança Atrasada, A Loucura da Sabedoria, Migalhas a história de uma mulher descontente, Uma fé de quatro patas e uma de duas, Uma questão de Sistema, Ângelus, A menina dos seus olhos, Um cogumelo de Collingsville, Aquele menino anjo, A Dama de preto, A salvação do pai, A ação de graças do milionário Mike, Quando mamãe adoeceu, A glória e o sacrifício, os Dalton e o legado, A carta, Os cinco indivisíveis , A pensão e a manutenção, Um patrono da arte, Quando Poliana fez de conta que era papai noel . Já tinha ouvido falar que alguns dos contos desta coleção eram considerados os melhores escritos pela autora, então resolvi arriscar e começar a leitura. Uma coisa ruim é que esta coleção não foi traduzida e nem lançada no Brasil, tendo somente a versão em inglês, sei um pouco de inglês graças as obras em inglês que já havia lido e das aulas de ingles no ensino médio, tive a ajuda de um tradutor para me auxiliar nesta tarefa, uma coisa boa foi que a coleção possui ilustrações. Teve uns contos que eu gostei, outros não entendi muito bem ou achei velho e chato. Os contos que compõem esta coleção têm histórias do cotidiano e simples, raramente você vai ver algo fantástico ou sobrenatural numa coleção como esta. Os personagens da Eleanor sempre são órfãos, aldeões, costureiras e etc. Pessoas simples que querem fazer do mundo um lugar melhor. Alguns contos têm um tom otimista, outros nem tanto. Confesso que me deu vontade de chorar lendo alguns dos contos, a história é muito bizarra e estranha, os diálogos eram muito loucos. Como a coleção é muito antiga, agente pode ver que no passado as pessoas eram cruéis e sombrias.

Um dos meus contos favoritos é Aquele menino anjo, no conto acompanhamos a história de Ethel, uma jovem e sua tia Anna Wetherby. Elas frequentam a igreja St. Mark's, lá na igreja há um coral com meninos cantores, Ethel conhece um menino órfão chamado Robert "Bobby" Sawyer, que está desamparado. Ethel convence a tia a recebê-lo em sua casa por uns dias. A Srta. Wetherby ouve a bela canção do coral da igreja e fica extasiada, para ela, a voz de Bobby é como a voz de um 'menino anjo'. Dias depois, a Sra. Wetherby vai a pequena estação de trem buscar o órfão com seu cachorro Crânio. Assim que chega na casa da senhora, Bobby "o menino anjo" vira a casa de cabeça para baixo. Bob bagunça todo o quarto, deixa livros espalhados pelo chão, ele gostava dos livros Jack, o pirata da ilha vermelha e Assombrado por fantasmas. Deixa uma cobrinha verde na pia e bagunça tudo. A senhora logo fica alarmada.

Naquela noite durante o jantar de feijão com carne e batatas, Anna repreende Bob por seu mau comportamento. Nos dias seguintes, Bob continua a fazer bagunça levando sapos, gatos, cães, papagaios, e esquilos para a casa, fazendo um circo de brincadeira, e montando um acampamento de Índios. Na igreja, Bob canta as mais belas canções, no fim a senhora Wetherby escreve para sua sobrinha Ethel falando que vai adotar Bob. Achei este conto bem otimista, a senhora Wetherby e Bobby compartilhavam alegria e contentamento na igreja.

Ilustração mostrando Anna Wetherby e Bobby Sawyer. Imagem: internet.

Um dos contos que achei mais louco e sombrio, e que não entendi foi A Dama de preto, mas pelo que entendi, havia uma mãe, chamada Helen, que sempre usava preto. Ela estava de luto pela perda da filha, que se chamava Kathleen. Ela estava tão triste que se recusou a se importar com o filho e o marido. Em vez disso, ela estava furiosa porque o marido e o filho ainda podiam sorrir e brincar juntos após a morte da filha e correu para ver o túmulo da filha.

Quando ela estava lá, ela conheceu uma mulher, colocando flores em outro túmulo perto do túmulo de sua filha. Ela conversou com ela e descobriu que ela não era a mãe do menino no túmulo. Ela era apenas sua enfermeira. Ela cuidava de seu túmulo porque não havia mais ninguém para cuidar.

Helen perguntou o porquê, a senhora disse que a mãe do menino ficou tão triste que se esqueceu do marido e da filha. Ela morreu e seu marido a seguiu. A filha saiu em busca de um lugar onde pudesse encontrar a felicidade, já que não conseguiu naquela casa.

Ao ouvir a história, a Dama de Preto estremeceu. Ela estava assustada. Ela correu de volta para casa e chorou. O tempo passou e ela não desceu mais as escadas devagar. Ela usava um vestido branco e uma flor branca na cabeça, apesar de ter vestígios de lágrimas no rosto. Ela ouviu o filho chamá-la e abraçou o pequeno Bobby.

Ilustração da Dama de preto. Imagem: internet.

No conto Migalhas ou Farofa, a história de uma mulher descontente, conhecemos Kate Merton é uma jovem de 21 anos, ela estava na cozinha de uma casa de fazenda junto com sua Tia Ellen Howland, em Hopkinsville. A cozinha estava bagunçada e Kate estava descontente e insatisfeita com sua vida. Logo Tia Ellen chegou na cozinha perguntando por uma panela de água quente, ela ajudou sua sobrinha Kate a lavar os pratos e remover as migalhas, e mais tarde ela e sua tia foram a igreja. A Sra. Howland veio passar uma semana na casa da sobrinha e logo retornou para a Inglaterra.

Cinco anos depois, ela recebeu uma carta de Kate para ir visitá-la em sua nova casa. Após a morte do Sr. Merton, a casa de fazenda foi vendida e Kate se casou e foi morar em Boston. A sra. Howland foi bem recebida na estação de trem por sua sobrinha, e conheceu o Sr. Eben Blake, novo marido de Kate. Choveu no dia seguinte,Tia Ellen e sua sobrinha estavam tomando café com bolo de milho. Kate refletia em como o casamento trouxe o contentamento de que ela precisava. Elas foram passear no galinheiro, e mais tarde almoçaram costeletas e batata. Kate dizia a tia que estava feliz pois agora ela tinha um bom marido, mais dinheiro do que ela precisava e um lar feliz. As vezes, Kate ficava angustiada,e perdia a fome, no jantar a sopa era insipida e a sobremesa uma decepção. Para Kate o casamento trouxe a paz e amor a sua vida.
Ilustração do conto A Loucura da Sabedoria destacando Jason e a esposa Mehitable. Imagem: internet.

No conto A Loucura da Sabedoria, conhecemos Jason hartson, um homem de 50 e poucos anos. Ele e sua esposa Mehitable hartson estavam num leilão de caridade, e voltaram para casa. Jason começa a se interessar por anatomia, lendo livros sobre anatomia e doenças. Jason começa a ficar paranóico a medida que os dias passam. Ele começa a imaginar que está desenvolvendo os sintomas de diversas doenças. Ele morre de medo de morrer de ataque cardíaco.

Ilustração do conto Quando Poliana se fantasiou de Papai Noel. Imagem: internet.

Ilustração do conto Ângelus. Imagem: internet.

Outro conto bem legal foi Ângelus, que conta a história de uma mulher chamada Hephzibah, e seu marido Theron e seus três filhos, dois meninos e uma menina, Harry, Tom e Nellie respectivamente. A vida de Hephzibah era monótona, passava o dia todo trabalhando na cozinha da casa, do nascer ao pôr-do-sol, ou era costurando numa velha cesta de costura, ou cozinhando, ela estava sempre na cozinha lavando a louça ou assando pão, ou cozinhando galinha para o jantar. Até que um dia ela recebe uma carta de uma sobrinha distante Helen Raymond, que lhe manda um embrulho ou um pacote expresso. Hephzibah larga os pratos e a panela com cozido, e vai esperar o trem com o pacote na entrada da aldeia, o pacote é na verdade, um quadro valioso, uma fotografia, uma cópia de um quadro famoso chamada  Ângelus de  Jean François Millet. 1859.

The Ângelus de  Jean François Millet. 1859
 (imagem: internet)

Alguns dias depois, a pintura é colocada na prateleira sob a pia da cozinha, e o ministro da igreja faz uma visita, ao avistar o quadro, o pastor explica a Hephzibah que o quadro verdadeiro de Millet chegou a valer 150 mil dólares. Hephzibah coloca a pintura sob a mesa central, junto a seus tesouros, um álbum de fotográfias e tapetes de crochê. Logo, Hephzibah escreveu uma longa carta a sua sobrinha Helen Raymond falando sobre a pintura. Hephzibah passou a ficar encantada pela pintura, procurando onde colocá-la, na tina de lavar roupa, na pia de lavar louça ou no galinheiro. Ela pôs a pintura na mesa de cabeceira do seu quarto, todas as manhãs ela admirava a bela pintura. Hephzibah passou a sair para andar pela aldeia e pelo vale, e alguns dias depois, quando Helen Raymond foi visitar sua tia Hephzibah, Theron contou a Helen que Ângelus trouxe paz para Hephzibah, ela já não era mais aquela mulher inquieta e insatisfeita na cozinha, a beleza daquela pintura mudou Hephzibah para melhor.

Angelus é uma pintura do artista francês Jean-François Millet. A obra é datada do período de 1857-1859. Após a morte de Millet, a obra foi vendida para diversos colecionadores, dentre eles o filantropo e mecenas Alfred Chauchard (1821-1909), pagando pela obra 800 mil francos, uma vez que o Estado Francês não conseguiu dispender os 553 mil pedidos pela obra antes disso. 

Em 1910, Angelus tornou-se parte da coleção do Museu do Louvre, porém, em 1986, a pintura foi transferida para o Museu d'Orsay, em Paris, onde ainda permanece exposta.

Nesta famosa pintura, mostra dois camponeses curvando-se em um campo sobre uma cesta de batatas rezando, agradecendo pela colheita obtida através do suor e do esforço de muitos dias. Um homem e uma mulher em pé, em uma postura de reverência, na Hora do Angelus. Ele de cabeça baixa, segurando o chapéu, ela leva as mãos ao peito num sinal de devoção. A obra foi feita com tons escuros e recursos de sombreamento, o que tornam o momento da oração ainda mais profundo. 
Ilustração do conto Os Dalton e o Legado. Imagem: internet.


No conto Quando a mãe adoeceu, há a história de uma família, o pai e a mãe e seus quatro filhos: Tom, o mais velho de 18 anos, Carrie, e os gêmeos Rob e Rose. Tudo estava bem na casa, até que um dia a mãe adoeceu, e o pai não estava dando conta de cuidar dos filhos, por isso, ele chamou a prima Helen para ajudar a cuidar dos filhos, enquanto a mãe estava adoentada.

Um conto que gostei muito e achei muito triste foi Uma fé de quatro patas e uma de dois, ele me lembrou muito Marley & Eu, o final e tragico. O conto narra a história de Bill Rathburn, um homem e seu cachorrinho de estimação Stub. Rathburn e Stub estavam fazendo uma trilha na floresta, eles eram companheiros inseparáveis. Rathburn morava numa cabana na encosta de uma montanha, uma vez Rathburn levou Stub para caçar na floresta, e deixou-o amarrado a uma árvore. Após algum tempo, Rathburn estava chamando 'um cachorrinho louco de alegria que tinha descido pulando a encosta da montanha com quarenta e cinco centímetros de corda balançando em seus calcanhares — uma corda cuja ponta desfiada e esfarrapada mostrava marcas de dentinhos afiados.'

Assim, dias depois, Stub aprendeu que a vida era uma coisa de pouca comida e menos alegria, e que a existência era uma coisa de longas vigílias imóveis de um mestre que não entenderia. Os dias se passaram, e os ventos frios desciam das montanhas, começou a haver escassez de comida na cabana, já fazia um tempo que Rathburn não ia até a aldéia buscar suprimentos. Logo, Rathburn e Stub sairam para caçar no sopé das montanhas, e pelos riachos das montanhas, eles caçaram uma perdiz, um coelho e um esquilo para o jantar daquela noite.

Nas semanas seguintes, Rathburn retornou para a cabana após um longo dia de trabalho e encontrou Stub esperando por ele com um coelho que havia caçado. Assim, enquanto Rathburn estava trabalhando, Stub passava os longos dias no sopé da colina ou perto do riacho caçando. Raithburn passou a se alimentar da caça de Stub trazia para a cabana. Houve noites em que tanto Rathburn como Stub ficaram sem jantar, pois a caça não era comestível, em uma ocasião Stub caçou apenas uma cobra, nessa noite, tanto o cão como o dono ficaram sem jantar. Nesses dias de ociosidade, Rathburn apenas se levantava e via se a caça que Stub trouxe era comestível, se fosse ele atiçava o fogo da lareira para cozinhar o jantar.

Dias depois, começou a nevar e a neve cobriu toda a montanha, e o chão da cabana estava frio e gelado. Stub morreu de frio, ainda em guarda vigilante. Rathburn estava no beliche, ele viu a lareira sem fogo, a neve se acumulando e o cachorro meio morto mantendo guarda vigilante sobre uma pilha de pelos e penas inertes no chão, ele acariciou a cabeça de seu fiel companheiro Stub que se foi.

Stub foi um fiel companheiro de Bill Rathburn, ele sempre foi leal e fiel a seu dono, o cachorrinho trouxe caça para Rathburn, ele o esperava e sempre esteve com ele em todos os momentos. Rathburn nunca mais encontrou um companheiro como Stub. No final, Rathburn queria adotar um novo cachorrinho.




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