Resenha: O Caçador de Pipas Khaled Hosseini

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(Atenção! Esta resenha pode conter Spoilers)

(*Conteúdo Livre para todos os públicos)

Uma das minhas obras queridinhas sobre o Afeganistão e o mundo Oriental, O Caçador de Pipas foi lançado pela primeira vez em 2003. É uma obra que tinha lido um tempo atrás, e reli recentemente. A obra conta a história de dois meninos que moravam no Afeganistão, e eram muito amigos. A história era narrada por um dos meninos, Amir muito tempo depois quando ele já era adulto.

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Amir e Hassan cresceram juntos, exatamente como seus pais, em Cabul, no Afeganistão. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite e apesar de muitos anos Amir pôde sentir o poder dessa relação. Amir é o narrador da obra, ele relembra sua infância no Afeganistão com Hassan e seu pai Baba. Sophia, mãe de Amir morreu de hemorragia durante o parto dele, e ele foi criado pelo pai. Assim como muitos povos orientais, haviam muitos afegãos que eram mulçumanos, Amir ia para a escola e decorava versos do Corão, além de ler obras de autores consagrados como Mark Twain, Julio Verne e Victor Hugo. Foi num destes livros que Amir ficou sabendo que ele era descendente dos povos pashtuns, enquanto Hassan era do povo hazaras. Ambos os povos tinham entrado em conflito no século 19.

Capa britânica de O Caçador de Pipas (imagem: internet)

Khaled Hosseini tece uma narrativa cativante que penetra no fundo da alma, você se põe no lugar desses meninos e conhece a história deles, além de ter uns momentos bem emocionantes porque têm todo aquele contexto de guerra no Afeganistão, e como a trama se passa no Afeganistão, tem uns termos na língua afegã também, a narrativa também não é numa ordem muito cronológica, já que tem uns capítulos que o Amir meio que 'volta no tempo' para explicar algo e tal, é uma obra que vale a pena a leitura. O autor Khaled Hosseini nasceu em Cabul, Afeganistão em 1965. Aos 11 anos, mudou-se com a família para Paris, onde seu pai assumiu um posto diplomático na embaixada afegã, após o fim do mandato de seu pai na França, Hosseini voltou para o Afeganistão. Em 1980, Ele e a família se mudaram novamente para San Jose, Califórnia,EUA onde ele se formou em medicina. Khaled é casado e têm dois filhos.

Khaled Hosseini (imagem: internet)

A narrativa é cativante, Amir , às vezes, nos conta episódios do seu dia a dia, como a vez que o pai dele Baba queria que ele fosse jogador de futebol, mas ele não sabia jogar nada e era péssimo no esporte. Daí, baba queria que Amir fosse torcedor, mas nem isso ele sabia fazer direito. Baba desistiu e deixou o filho dele ir brincar com os moleques da vizinhança. Outra vez, Baba levou Amir para um torneio de buzkashi, um esporte muito popular no Afeganistão, o buzkashi funciona assim, um cavalheiro   habilidosíssimo chapandaz  tem de apanhar um bode ou bezerro morto no meio de um monte de adversários. Depois têm de arrasta-lo a galope por todo o estádio e deposita-lo num círculo, enquanto é perseguido por adversários. Uma vez, Rahim Khan, pai de Hassan contou uma história a Amir, segundo ele, o pai de baba foi morto esfaqueado por um ladrão que invadiu a casa dele no meio da noite, baba então com 6 anos era incapaz de defender o pai. O assaltante foi apanhado no dia seguinte e enforcado. Amir continuou sua rotina comum, ia para o colégio, lá tinha um professor muito rígido chamado Fatimullah Khan, que os fez decorar os versos do Alcorão de cor. Uma vez, Fatimullah disse que a bebida era um pecado condenado pelo islã, Amir ficou preocupado pois seu pai vivia bebendo. Quando Amir tinha 5 ou 6 anos, seu pai inventou de construir um orfanato perto de um rio, Amir e Hassan jogavam pedras na água, e mais tarde foram fazer um piquenique.

Ao longo da história, Amir se afasta do Afeganistão, e volta muito tempo depois com o desejo de redenção. Quando crianças, Amir e Hassan participaram do campeonato de pipas de Inverno. Amir venceu o campeonato ao capturar uma pipa azul, ele e Hassan eram perseguidos pelo trio de valentões liderados por Assef, junto a Kamal e Wali.