sexta-feira, 19 de julho de 2024

Hamlet, o Príncipe da Dinamarca - William Shakespeare

 

Pôster do filme Hamlet (1990) dirigido por Franco Zeffirelli e estrelado por Mel Gibson (imagem: Pinterest)

Continuando o projeto de resenhas das obras de Shakespeare, trago hoje a obra Hamlet, o Príncipe da Dinamarca, anteriormente já havia resenhado a peça Otelo, fique a vontade caso queira dar uma conferida.

Especialmente para mim, Hamlet, bem como Sonho de uma noite de verão  e Romeu e Julieta são minhas peças favoritas do dramaturgo. Sendo que segundo a Wikipédia,  é considerada uma das "tragédias mais poderosas e influentes da língua inglesa", com uma história capaz de "releitura e adaptação aparentemente infinitas por outros". É amplamente considerada uma das maiores peças de todos os tempos. É a peça mais encenada, adaptada e famosa de William Shakespeare ao lado de Romeu e Julieta. Além de ser a peça mais longa já escrita pelo dramaturgo.

Shakespeare ( Imagem: redes sociais/Pinterest)

William Shakespeare foi um dramaturgo, poeta e ator que nasceu em 1564, ele é amplamente considerado o maior escritor da língua inglesa e o dramaturgo mais eminente do mundo. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas vivas e são encenadas com mais frequência do que as de qualquer outro dramaturgo. Shakespeare viveu na Inglaterra, na cidade de Stratford-upon-Avon , Warwickshire. Aos 18 anos, casou-se com Anne Hathaway , com quem teve três filhos: Susanna e os gêmeos Hamnet e Judith . Ele era conhecido como "O Bardo". Entre 1584 e 1592, ele começou sua carreira como dramaturgo em uma companhia de teatro chamada Lord Chamberlain's Men , mais tarde conhecida como King's Men (Os Cavalheiros do Rei) após a ascensão do rei Jaime VI da Escócia ao trono inglês. Ao longo de sua carreira, Shakespeare escreveu 39 peças de teatro, entre as quais tragédias, comédias, dramas históricos.

Até 1608, ele escreveu principalmente tragédias Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth, Otelo, Rei Lear todas consideradas entre as melhores obras da língua inglesa. Ele também escreveu poemas e sonetos, além de comédias, na última fase de sua vida, escreveu tragicomédias ( ou romances) Conto de Inverno e A Tempestade. Ele parece ter se aposentado em Stratford por volta de 1613, aos 49 anos. Onde morreu três anos depois, em 23 de abril de 1616, 52 anos.

Hamlet foi uma tragédia escrita entre 1599 a 1601, mais ou menos dois anos antes de Otelo, a peça é muito conhecida por uma famosa frase dita pelo personagem Hamlet "Ser ou Não ser, Eis a Questão?". A peça é bastante filosófica ao abordar as dúvidas que cercam a humanidade, como a dúvida entre escolher o bem ou o mal, ser justo ou injusto, a vida ou a morte, os sonhos e a realidade. Hamlet é frequentemente percebido como um personagem filosófico, expondo ideias que agora são descritas como relativistas , existencialistas e céticas. Hamlet é Aldéia em inglês, talvez uma referência ao local de nascimento do personagem ou mesmo o local favorito. Hamlet é uma das obras mais citadas na língua inglesa e é frequentemente incluída em listas da maior literatura do mundo. 

Saxo Grammaticus (imagem: Pinterest)

Supõe-se que Shakespeare se baseou em uma lenda nórdica antiga para escrever a tragédia, a lenda de Amleth ou Amleto, que Shakespeare conhecia muito bem, e que foi preservada em latim por Saxo Grammaticus, foi um erudito das letras e cronista islandês do século 13 XIII, que publicou o Gesta Danorum ( Atos dos Dinamarqueses ) uma obra patriótica. Publicada posteriormente na França, é possível que Shakespeare tenha encontrado a obra na versão em francês.


Amleth foi uma figura folclórica e lendária, e a inspiração direta para o Hamlet de Shakespeare, na versão de Saxo, há ainda o relato do avô de Amleth, e do casamento de Amleth com uma princesa da Grá-Bretanha. Ainda na versão, Amleth mata seu tio traidor Feng ateando fogo no castelo e apunhalando-o. Amleth teve duas esposas e foi morto numa batalha na Noruega. Todas informações alteradas ou omitidas na versão de Shakespeare.

Pôster do filme O Homem do norte (imagem: Pinterest)

A lenda de Amleth foi adaptada para um filme em 2022, The Northman ( O homem do Norte) dirigido por Robert Eggers. O filme é estrelado por Alexander Scarsgård, Nicole Kidman. Ele se concentra em Amleth, um príncipe viking que parte em uma jornada para vingar o assassinato de seu pai. O filme é fortemente influenciado pela mitologia nórdica . 

Supõem-se que a peça Hamlet inspirou vagamente a animação O Rei Leão, além de ter inspirado diversas outras obras: o romance Grandes Esperanças de Charles Dickens, que contém elementos do enredo semelhantes. O romance Tom Jones de Henry Fielding que descreve uma "espécie de visita" a Hamlet por Tom Jones e o Sr. Partridge, com semelhanças de "uma peça dentro de uma peça". A tragédia Hamlet já foi paródiada na série de sitcom animada Os Simpsons da FOX.

(Imagem: Pinterest)

(Atenção! Spoiler)

A tragédia começa numa noite fria quando os três guardas do castelo de Elsinor na Dinamarca, Bernardo, Marcelo e Franscisco estavam montando guarda. Quando um rapaz chamado Horácio vêm falar com eles. Eles lhes contam sobre ter visto aparições estranhas e suspeitas durante a noite na Esplanada do castelo. Bernardo e Marcelo dizem ter visto o fantasma do falecido rei Hamlet rondando a esplanada em noite de lua cheia, pedindo para falar com seu filho.

Os sentinelas Bernardo e Marcelo vêem o fantasma do rei falecido (imagem: Pinterest)

Enquanto isso, no dia seguinte no castelo, o rei Cláudio convoca seus cortesãos Cornélio e Voltimando para saber o que se passa, sem eles nada saberem do ocorrido. Cláudio se casou com a Rainha Gertrudes para subir ao trono da Dinamarca através de um casamento incestuoso. Na sala do trono se reúnem, o Rei, a rainha, Polônio, o camareiro, Hamlet, príncipe da Dinamarca e filho de Gertrudes, sobrinho de Cláudio, e Laertes, filho de Polônio.

Polônio pretende enviar Laertes para estudar na França, e pede a permissão do rei, e ele concede.Cláudio também questiona Hamlet sobre sua contínua tristeza por seu pai, e o proíbe de retornar à sua universidade em Wittenberg .Polônio é pai de Laertes e Ofélia, uma jovem apaixonada por Hamlet. A Dinamarca têm uma rivalidade de longa data com a Noruega, logo porque o falecido Rei Hamlet matou o Rei Fortimbrás da Noruega.

Hamlet com o fantasma de seu pai (imagem: Viewimages)

Horácio conta a Hamlet sobre as aparições do Fantasma de seu pai, ao saber do fantasma ele decide ir ele mesmo ao encontro do espectro. Enquanto isso, Laertes se prepara para partir para a França, enquanto adverte sua irmã Ofélia sobre buscar a atenção do príncipe. Polônio lhe oferece um conselho que culmina na máxima "seja fiel a si mesmo".

Hamlet com o fantasma do rei falecido (imagem: internet)

Naquela noite, na muralha, o fantasma aparece para Hamlet e Horácio, diz ao príncipe que ele foi assassinado por Cláudio (ao despejar veneno em seu ouvido enquanto ele dormia) e exige que Hamlet vingue o assassinato. Hamlet concorda, e o fantasma desaparece. 

Hamlet então começa a traçar um plano de vingança contra Cláudio, sem saber se o que o fantasma disse é verdade ou não.

Hamlet passa a se fazer de louco para que Cláudio pense que ele é inofensivo. Gertrudes e Cláudio ficam preocupados com a loucura do príncipe, enquanto Polônio pensa que a causa da loucura de Hamlet é um amor não correspondido. Ofélia corre a seu pai dizendo que Hamlet apareceu a sua porta meio despido e falando de forma desconexa, aparentemente louco. Polônio vai informar isso ao rei e a rainha, que naquele momento estavam recebendo dois estudantes conhecidos de Hamlet de Elsinore:  Rosencrantz e Guildestern. O casal real solicitou que eles investigassem a causa do humor e do comportamento de Hamlet.

Polônio conta sua teoria sobre a loucura do príncipe ao casal real. Polônio vai falar com Hamlet num salão do castelo para tentar entender o que o está deixando louco. Hamlet finge loucura e sutilmente insulta Polônio o tempo todo. Hamlet percebe que Guilderstern e Rosencrantz estão alo para espioná-lo para Claudius.Hamlet admite que está chateado com sua situação, mas se recusa a dar o verdadeiro motivo, em vez disso, comentando " Que obra de arte é um homem ". Os jovens estudantes dizem a Hamlet que trouxeram uma trupe de atores que conheceram numa viagem a Elsinore.

Com a chegada da trupe de atores, Hamlet vê uma oportunidade de tentar descobrir se Cláudio é o verdadeiro culpado pela morte de seu pai e se o que o fantasma disse era verdade. Enquanto os atores encenavam no salão do castelo, um soliloquio sobre a morte do Rei Príamo e da Rainha Hécuba no clímax da Guerra de Troia. Hamlet pede aos atores que encenem O Assassinato De Gonzago, uma peça que apresenta uma  morte no estilo do assassinato do seu pai.

Representação de Hamlet e Ofélia (imagem: internet)

Mais tarde, Polônio força Ofélia a dar algumas cartas de amor ao príncipe no salão enquanto ele e Cláudio assistem a tudo secretamente escondidos atrás da tapeçaria para avaliar sua reação. Hamlet está caminhando sozinho no pátio do salão enquanto aguarda a entrada de Ofélia. Hamlet reflete sobre pensamentos da vida vs a morte, é nessa cena que ele diz seu famosa frase:

Ilustração Hamlet com a caveira de Yorick (imagem: internet)

" HAMLET - Ser ou não ser... Eis a Questão. O que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... Dormir... Mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituam a natural herança da carne, é solução para almajar-se. Morrer... Dormir... Dormir.. talvez sonhar... E aí que bate o ponto. O que sabemos que sonhos poderá trazer , o sono da morte, quando alfim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos. " ( Ato 3, Cena I)

Quando Ofélia tenta lhe devolver suas cartas, Hamlet finge-se de louco e irado, manda Ofélia ir se trancar num convento. Isso convence Cláudio o amor não é causa da loucura do príncipe. Ofélia rejeitada, angustiada e triste sai para o convento. Pouco depois, a corte se reúne para assistir a peça encomendada pelo príncipe.

Na peça, um rei é assassinato por um usurpador que o mata despejando veneno no seu ouvido enquanto ele dormia, o usurpador se casa com a rainha e assume o trono. Ao ver toda a cena, Cláudio se levanta aparentemente incomodado e se retira para seus aposentos. Para Hamlet, isso é uma prova de sua culpa de seu tio. Pegando uma espada, ele sai atrás de Cláudio para matá-lo.

Cláudio estava rezando o Pai- Nosso no seu quarto, quando Hamlet chega racionalizando que se matar Cláudio enquanto está rezando o mandará direto para o céu e não para o inferno, enquanto o fantasma de seu pai ficará preso no purgatório, ele fica parado na porta. Entrementes, A Rainha Gertudres convoca Hamlet para exigir uma explicação por seus atos insanos para com Ofélia e Cláudio, na sala do trono, Hamlet e Gertudres têm uma discussão acalorada, enquanto Polônio ouve tudo escondido por trás da tapeçaria. Logo surge o fantasma de Rei Hamlet tentando acalmar os ânimos, Polônio assustado começa a tremer atrás da cortina, Hamlet pensando que se tratava de um rato, puxando a espada esfaqueia Polônio, que cai morto sobre o assoalho. O fastasma desaparece enquanto Hamlet percebe seu erro e lamenta a morte de Polônio.

Furioso, Hamlet insulta brutalmente sua mãe enquanto é repreendido pelo fantasma do seu falecido pai. Incapaz de ver ou ouvir o fantasma, Gertudres acha que a ira de Hamlet é mais uma evidência de sua loucura. Implorando que Gertudres pare de dormir com Cláudio, Hamlet vai embora levando o cadáver de Polônio.

Representação de Fortimbrás, príncipe da Noruega (imagem: internet)

A Cabo, nas planícies da Dinamarca, Fortimbrás, príncipe da Noruega junto aos comandantes militares planeja invadir o reino e tomar o trono da Polônia. Hamlet vai até o acampamento onde os norueguêses se encontram, Fortimbrás diz a Hamlet que já traçou um plano para invadir a Polônia.

Rei Cláudio percebe que Hamlet deseja fazer uma vingança contra ele, e temendo por sua vida,  trata de envia-lo para a Inglaterra, sob o pretexto de estudos acompanhado de Guilderstern e Rosencrantz com uma carta lacrada para o rei inglês solicitando que Hamlet seja executado imediatamente assim que chegar a Inglaterra.

Ofélia (imagem: internet)

Enquanto isso, Ofélia continua confusa e desiludida, e cada vez mais desequilibrada após a morte do pai. Ela vai se trancar no convento. Laertes retorna da França, enfurecido pela morte do pai e pela loucura da irmã. Uma carta chega a Horácio, Hamlet não chegou a Inglaterra, por um imprevisto, o navio que ele estava naufrágou, e ele estava retornando a Dinamarca num navio pirata, enquanto Guilderstern e Rosencrantz foram a Inglaterra para serem executados em seu lugar.

Rei Cláudio então muda de tática, ele convence Laertes que Hamlet é o único responsável, propondo uma luta de esgrima para resolver suas diferenças. Cláudio envenena a ponta espada de Laertes, além disso ele põe veneno numa taça de vinho que será ofertada como Parabéns a Hamlet caso o veneno da lança de Laertes falhar.

Hamlet, Horácio e os coveiros (ilustração: internet)

Gertudres interrompe a luta para informar que Ofélia se afogou. Horácio e Hamlet chegam ao cemitério onde Ofélia será enterrada. Dois coveiros discutem o aparente suicídio de Ofélia enquanto cavam sua sepultura. Hamlet e Horácio brincam com um dos coveiros que desenterra o crânio de Yorick, um bobo da corte da infância de Hamlet. Hamlet pega o crânio de Yorick enquanto contempla a mortalidade diz:

" HAMLET - Pobre Yorick! Conheci-o, Horácio, um sujeito de chistes inesgotáveis e de uma fantasia soberba. Carregou-me muitas vezes as costas. E, agora, como me atemoriza a imaginação? Sinto entulhos. Era aqui que se encontravam os lábios que eu beijei não sei quantas vezes. Onde estão agora os chistes, as cabriolas, as canções, os rasgos de alegría que faziam explodir a mesa em gargalhadas? Não sobrou uma ao menos, para rir da tua própria careta? Tudo descarnado! Vai agora aos aposentos da senhora  e lhe diga que embora se retoque com a camada de um dedo de espessura, algum dia ficará deste jeito. Faze-a rir com semelhante pilhéria" ( Ato 5, Cena I)

Hamlet, Horácio e os dois coveiros (imagem: internet)

Nessa cena, Hamlet recorda vagamente momentos felizes de sua infância, e idealiza seu desejo pela imortalidade humana. Esta cena do coveiro é ilustração na capa do livro, onde vemos Hamlet e Horácio sentados de costas, enquanto Horácio mostra o crânio do falecido bobo da corte Yorick aos dois coveiros, há um céu nebuloso e escuro ao fundo, representando a tristeza e o luto pela morte. Um cortejo fúnebre se aproxima trazendo o caixão de Ofélia, liderado por Laertes. Horácio e Hamlet inicialmente se escondem na moita, mas quando Hamlet vê que se trata do enterro de Ofélia, ele se junta ao cortejo. Laertes e Hamlet discutem ao lado do túmulo de Ofélia, Laertes o julga louco e culpado pela morte da irmã (por tê-la rejeitado quando ela estava apaixonada por ele) e de Polônio. Quando a briga é interrompida.

De volta ao castelo de Elsinore, Horácio mostra a Hamlet as cartas confirmando que seus antigos amigos Guilderstern e Rosencrantz foram assassinados na Inglaterra no lugar dele. Um cortesão Ostic enviado por Cláudio convoca Hamlet para um duelo de esgrima contra Laertes.

Entrementes, Horácio alerta Hamlet sobre as malícias e vilãnias do Rei Cláudio, que ele pode estar usando Laertes. Apesar disso, Hamlet aceita o duelo e inicialmente se sai bem. A rainha Gertudres, sem saber que Cláudio havia envenenado o vinho, propõe um brinde a seu filho, bebendo do cálice envenenado. Laertes percebe que Cláudio envenenou o vinho e a espada para matar seu sobrinho, após ferir Hamlet com a espada. Na briga que se seguiu, eles trocam de armas e Hamlet fere Laertes com a própria espada envenenada. A Rainha Gertudres desmaia, e alegando ter sido envenenada, morre. A beira da morte, Laertes se reconcilia com Hamlet e revela o plano de Cláudio. Laertes morre ao lado de Gertudres, enquanto Hamlet corre até Cláudio forçando-o a beber o vinho envenenado, segue-se uma luta em que Hamlet esbofeteia e apanha-lá Cláudio até a morte.

O veneno começa a fazer efeito, e Hamlet cai sobre o assoalho clamando por Horácio, enquanto o príncipe Fortimbrás da Noruega marcha nos arredores do castelo, Fortimbrás invade o castelo e vendo quase todos mortos, Hamlet o nomeia seu sucessor. Horácio diz que vai cometer suicídio bebendo os restos do vinho envenenado de Gertudres, mas Hamlet implora que ele viva e conte sua história, Hamlet morre nos braços de Horácio proclamando "e o resto é silêncio".

Finalmente, Fortimbrás vendo toda a família real dinamarquesa morta, toma a coroa para si e ordena um funeral militar para homenagear Hamlet.

Pôster do filme Hamlet (1996) dirigido e estrelado por Kenneth Branagh (imagem/internet)

A tragédia já foi adaptada e encenada diversas vezes, a primeira adaptação para o cinema foi um filme de 5 minutos produzido em 1900 por Sarah Bernhardt, que apresentava a cena da competição de esgrima. Versões mudas foram realizadas em 1907, 1908, 1910, 1913 e em 1917. Um filme britânico Hamlet (1948) de Laurence Olivier ganhou o Oscar de melhor ator e melhor fotografia. Um filme russo Gamlet (1964) foi baseado na tradução de Boris Pasternak, foi estrelado por Innokenty Smoktunovsky no papel do príncipe. O filme  britânico Hamlet (1996) foi adaptado e dirigido por Kenneth Branagh , que também estrela  no papel de príncipe Hamlet. O filme Hamlet (1990) foi dirigido por Franco Zeffirelli e estrelado por Mel Gibson.

A meu ver, A tragédia inovou em alguns pontos, por trazer personagens espectrais: Fanstasmas. Ofélia para mim se assemelha muito a Desdêmona de Otelo, ela é uma amante apaixonada cega, que faz tudo e aceita tudo o que seu amante faz com ela, Hamlet insulta e xinga Ofélia, assim como o mouro Otelo faz com Desdêmona, mas motivado por circunstancias diferentes, Hamlet não ama Ofélia e quer que ela lhe deixe em paz, seu objetivo é vingar a morte do pai, e Ofélia seria só mais um obstáculo para ele concretizar sua vingança. Hamlet afirma amar Ofélia apenas depois que ela já morreu, talvez num sentimento de pena da pobre Ofélia que nunca foi amada por ninguém e morreu solteira. Polônio, pai de Ofélia parece pouco se importar com a filha, enquanto dá toda a atenção ao filho Laertes.

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