quarta-feira, 19 de março de 2025

Crítica: A Pequena Sereia (2023) Sereia Preta deu ruim?

 

Poster de A Pequena Sereia ( Imagem: Disney Plus)

Sinopse: Nesta versão repaginada da adorada história, a curiosa sereia Ariel decide emergir das profundezas e conhecer a vida em terra firme, contrariando os conselhos de seu pai. E em meio a novas e arriscadas aventuras, ela encontra um príncipe, uma bruxa do mar, e mergulha em uma inesperada jornada de autodescoberta.

Crítica : Gostaria de começar falando da escalação dos atores para o Remake live action - particularmente da cantora e atriz Halle Bailey que interpreta a protagonista Ariel - acompanhei o processo de criação do filme desde o começo, quando a Disney anunciou que faria um Remake da animação da sereia, e anunciou em seguida, Halle Bailey, Jonah King, e Melissa Mcarthy nos papéis de Ariel, Príncipe Eric e Úrsula, respectivamente. Halle tem um talento de voz espetacular, sim, sua voz encantadora é bonita, pois ela é uma cantora - fazia parte da dupla Chloe X Halle com a irmã Chloe Bailey - até vir o anúncio da separação e que Halle seguiria carreira solo, isso deixou os fãs tristes.

Halle parecia ser uma atriz ideal para o papel por conta da voz, mas o grande problema foi que ela não tinha as mesmas características da protagonista da animação, e quem ama a animação de 1989 deve ter sentido que mudaram a história que eles amavam, eu não via mais a Ariel na Halle, porque as características da protagonista foram bem alteradas no Remake. Apesar da história da animação e do Remake seram praticamente iguais - com pequenas exceções e adições. Quando vi o longa, senti que foi uma má escolha a escalação da Halle Bailey como Ariel, uma sereia preta seria um FLOP, um fracasso.

Nossa amada sereia da animação já não estava mais no seu filme, ela foi trocada por uma cópia da Tiana modernizada de A Princesa e o Sapo. Senti falta dos lindos cabelos ruivos e lisos da Ariel, e das roupas dela também. Que no Remake foi mudado a cor, além disso, uma nova personagem foi adiciona - a mãe do príncipe Eric, que era negra também - essa alteração das características da protagonista, que era branca e ruiva, no Remake é negra e usa dreads e mechas avermelhadas em algumas cenas, foi uma das piores alterações na minha opinião.

O Remake também estava se distanciando do material de origem - o conto de fadas A Pequena Sereia de Hans Christian Andersen - que não mencionava a cor da pele da sereia, mas pelo contexto e a época dava a entender que não era negra. O longa começa mostrando uma frase do conto: 

"Teria chorado, mas as sereias não têm lágrimas e sofrem ainda mais que nós" A pequena Sereia - Hans Christian Andersen, Contos de Fadas de Perrault, Grimm, Andersen e outros.

Começa da mesma forma da animação, e o enredo é o mesmo. Alguns erro ,que não minha opinião, foram a escalação dos atores e a divulgação. Não queriam um elenco Afro americano no Remake, e a Disney acabou entregando isso. Sei que muito pensarão que é racismo contra uma mulher negra, mas estamos falando da personagem - nós amamos a animação de 1989 e queríamos um Remake igual, que a protagonista fosse a mesma. Mas a alteração foi como colocar a Tiana para ser a sereia. O espírito da protagonista não estava ali, as características dela também não, e isso pesou muito no fim das contas. Nós não queriamos ver um Remake Afro-Americano, mas um Remake fiel a animação e que melhorasse o que animação não explorou.

Algo que adoraria ver no Remake era como a mãe de Ariel morreu, e porque a bruxa do mar Úrsula foi banida do reino pelo irmão, o rei Tritão. Isso poderia ter sido explorado em flashbacks. Mas em vez disso, o Remake está igual a animação e não explorou o que estava faltando, e além disso os atores não são como a animação.

Os animais também tiveram muitas alterações - isso também pesou bastante no fim. Eles foram feitos em CGI é claro, mas um detalhe - eles foram feitos de forma mais realista. Não eram mais aqueles animais fofinhos e engraçados da animação, aqui eles mais feios e realistas. Linguado, o peixe palhaço melhor amigo da protagonista ficou menos brincalhão e com aspecto mais grotesco. Sebastião, o caranguejo também ficou mais feioso, as vezes, parecendo uma lesma rastejando numa concha. A gaivota Sabidão mudou de sexo, no Remake ela é fêmea e não tem mais tanta participação na trama como no desenho.

Basicamente, a trama do Remake é a mesma da animação, um príncipe chamado Eric que morava num castelo perto do mar estava navegando com os marujos no navio, quando se assusta ao ver sereias dentro d'água. No fundo do mar, há o palácio do rei do mar, o Rei Tritão ( Javier Bardem ) possui filhas sereias e estava fazendo um coral mas notou a ausência da caçula, a sereia caçula era Ariel ( Halle Bailey) que ansiava em conhecer o mundo dos humanos e era fascinada por tudo que tinha haver com humanos. Ela e o Linguado, o peixe palhaço vão explorar um navio naufragado em busca de tesouros humanos. Quando eles são perseguidos por um tubarão e escapam.

Nadando até a superfície eles encontram a gaivota Sabidona, que lhes diz erroneamente que o garfo que Ariel encontrou serve para pentear o cabelo. Rei Tritão proíbe todos de subir a superfície pois a mãe de Ariel foi morta anos atrás por humanos. Ariel, Linguado e Sebastião, o caranguejo viajam até a caverna de tesouros de Ariel, enquanto são observados por Úrsula, a bruxa do mar ( Melissa Mcarthy) . Tia de Ariel e irmã do Rei Tritão, a bruxa foi banida 15 anos atrás do reino de Atlântica e estava planejando uma vingança.

Dentro da caverna, Ariel vê fogos de artifício brilhando na superfície e emerge. Até encontrar o navio do príncipe Eric ( Jonah Hauer-King), subindo na escotilha do navio, ela descobre que os marujos estão comemorando o aniversário de Eric, e ele ganhou uma estátua dele mesmo de presente. Até que uma tempestade faz o navio naufragar, os marujos fogem para botes salva-vidas enquanto a estátua cai no fundo do mar, e Eric tenta salvar seu cachorro mas é arremessado no mar.

Ariel resgata Eric e assim que a tempestade passa, ela o leva para a costa da ilha e canta com sua voz de sereia para salvar sua vida. Ela foge assim que os guardas do palácio vêm socorre-lo e ele possa retomar sua consciência. Sebastião, o caranguejo amigo de Ariel, confessa ao Rei Tritão que Ariel esteve na superfície e salvou um humano. Enfurecido, Rei Tritão viaja até a gruta de Ariel para repreende-la. Quando ela se recusa a obedece-lo ele destrói sua coleção de tesouros humanos.

Assim que Rei Tritão parte, Úrsula, a bruxa do mar envia duas moreias para convence-la a ir até a gruta da bruxa. No covil da bruxa do mar, Ariel recebe um acordo: ela se tornará humana por 3 dias, durante os quais deve receber o beijo do amor verdadeiro para permanecer humana pra sempre. Se ela falhar, se tornará novamente em sereia e pertencerá a Úrsula. Mas ela terá que trocar sua voz por pernas humanas. Após aceitar o acordo, Ariel tem a voz retirada por Úrsula e bebe a poção. Ariel emerge na superfície e é resgatada por um pescador, e levada ao castelo de Eric. Como ela está muda, Eric a acolhe, pois ele estava procurando pela mulher que salvou sua vida. Ariel têm que viver a vida de um humano e pra ela tudo é novo, daí que ela canta "Tudo é tão novo", uma nova música solo de Ariel. No entanto, sua falta de voz faz Eric se afastar rapidamente. Enquanto explora o castelo, Ariel encontra  a coleção de itens de Eric que ele acumulou em suas viagens. Eric passa um tempo com ela examinando sua coleção.

Eric canta uma nova música solo " No Fundo dessas Águas", no dia seguinte, Eric a leva para passear no reino. Linguado e Sebastião que estavam seguindo Ariel percebe que Úrsula pôs uma trapaça na poção que está fazendo Ariel esquecer do acordo. Eles se juntam com outros animais para fazer Ariel beijar Eric, mas são frustrados pelas moreias da bruxa do mar.

Enfurecida por seu plano não estava saindo como ela previa, Úrsula se transforma numa humana, uma mulher chamada Vanessa. Usando a voz de Ariel que está dentro de um concha de naltilus no colar para hipnotizar Eric. Em Atlântica, Tritão está preocupado e faz o reino procurar Ariel e começa a se arrepender de por te-la tratado da maneira como ele tratou.

No dia seguinte, Ariel e suas amigas descobrem que Eric está noivo de Vanessa. Sabidona voa para a janela de Vanessa e descobre que ela e a bruxa do mar e sai para avisar a todos. Determinada, Ariel corre para a festa de noivado e começa a brigar com Vanessa, fazendo com a concha de naltilus caia e quebre, libertando sua voz que retorna para ela. Ao recuperar sua voz, o encantamento sob Eric se quebra.

No entanto, antes que eles possam se beijar o sol se põe, e Ariel volta ser sereia. Enquanto Vanessa vira Úrsula,e arrasta Ariel para o fundo do oceano. Úrsula é confrontada por Rei Tritão, ela mostra o acordo afirmando que é inquebrável. Rei Tritão dá sua vida em troca de liberdade de Ariel, virando pô.Úrsula reinvindica a Coroa e o tridente de Tritão e se declara Rainha dos Sete Mares. Ariel tenta dete-la mas antes que Úrsula possa mata-la, ela é atingida pôr um arpão disparado por Eric. Úrsula tenta matar Eric, mas é detida por Ariel, fazendo com que ela mate as duas moreias. Ariel e Eric fogem para a superfície. Enfurecida, Úrsula faz seu corpo enchar até se erguer sob o oceano. Úrsula provoca tempestades que fazem velhos navios naufragados virem a superfície. Ariel e Eric sobem num navio, e manobram o navio para a direção de Úrsula, Ariel salva Eric de ser morto por Úrsula. Uma vez que a gurupes estilhaçados do navio atingem Úrsula em cheio, ela morre. Tritão volta a vida, e se reconcilia com a filha, transformando- a em humana para que ela possa se casar com príncipe Eric.

Ariel e Eric se casam na praia, e o casal decide viajar juntos. Recebendo a benção de ambos os pais e apoio de pessoas de ambos os mundos.

Basicamente, o Remake apenas tirou a cena do cozinheiro o chef francês Louis tentando cozinhar o caranguejo Sebastião, que foi substituída pela cena da sala de tesouros do Eric. O restante da trama não teve nenhuma alteração.

Então, é um longa mediano, podia ter sido melhor? Podia sim. Eles podiam ter expandido mais a trama, acrescentado flashbacks para explicar a morte da mãe da Ariel, e a briga do Tritão e da Úrsula. Uma parte do enredo de A Pequena Sereia 2: O retorno para o mar podia ter sido aproveitado. Morgana, a irmã da Úrsula podia ter feito uma aparição no Remake, a Melody, filha do Eric e Ariel também. Eles podiam ter criado uma trama nova para expandir, mas preferiram seguir a animação que deixa algumas lacunas.

Algumas teorias minhas, eles podiam pegar também algum elemento do conto que deu origem, como a velha avó da Sereia, ela podia ter aparecido nessa versão. Ainda acho que a escalação de uma atriz negra para o papel da sereia foi uma ideia ruim, depois que você vê o produto final. Se eles iam fazer um Remake fiel ao desenho, escalavam uma atriz igual da animação. Jonah Hauer-King fez uma excelente trabalho, a atuação dele é boa, ele canta bem. Mas o problema é que ele é velho demais para fazer o personagem. Escalavam um ator mais jovem. Melissa Mcarthy deu um show para fazer a bruxa. Os números musicais são visualmente espetaculares, há umas 4 novas canções " Tudo é tão novo" , " No Fundo dessas Águas", " Rumor", e " Canção do Rei Tritão". Há ausência de alguns elementos fundamentais da animação na canção Poor Unfortunated Souls " Corações Infelizes" da bruxa do mar. Ainda acho a animação melhor que o Remake, sem dúvidas. Mas é isso, vá assistir, espero que goste.

Um beijo e até mais.

A Pequena Sereia está Disponível no Disney +.

Crítica: Olaf em uma nova aventura congelante de Frozen



 Sinopse: Anna e Elsa organizaram uma celebração para toda Arendelle. Quando os habitantes inesperadamente vão embora mais cedo para desfrutar de seus rituais festivos, as irmãs se dão conta que não tem sua próprias tradições familiares. Assim, Olaf organiza uma pesquisa em todo o reino para levar as melhores tradições para casa e salvar este primeiro Natal para suas amigas.

Spoiler 

De todos os filmes da franquia Frozen que vi até agora, o curta Olaf em uma nova aventura congelante de Frozen foi o mais intrigante por ter o teor de curiosidade e ao mesmo tempo mescla cenas engraçadas do Olaf, o boneco de neve das irmãs Anna e Elsa. Os eventos do curta se passam no inverno durante o feriado de Natal, o primeiro filme Frozen se passava no verão, o segundo curta Frozen: Febre Congelante na primavera, e Frozen II no outono, completando as quatro estações do ano.

Claro que o Frozen (2013) é muito bom, pois foi ele que deu início a tudo, tem toda aquela mágia do enredo com personagens cativantes, das músicas marcantes Let it go, Livre Estou, Uma vez na eternidade, Vejo uma porta abrir, e também uma reviravolta na trama perto do fim. O que o torna um filme ótimo, em seguida foram lançados dois curtas Frozen: Febre Congelante (2015) e Olaf em uma nova aventura congelante de Frozen (2017). Febre Congelante é mais curto e tem um enredo menos intrigante, tem uma aparição rápida do Hans, o príncipe ambicioso que foi banido de Arendelle. Além disso, o curta também acrescenta personagens semelhantes a Olaf, os Snownies, pequenos bonecos de neve criados em cada espirro de Elsa, que estava com febre e gripada.

Mas o melhor de Olaf , é que visivelmente ele se aproxima mais da obra original que deu origem a Frozen, o conto da Rainha da Neve de Hans Christian Andersen, o conto foi lançado originalmente em 1844, em dinamarquês e depois traduzido em diversas línguas. A obra inclusive já foi adaptada inúmeras vezes, para filme livr action, e animações. Um exemplo são os filmes da franquia O Reino do Gelo que são mais fieis ao material de origem, o conto e dividido em 7 histórias, o enredo começa com um bando de trolls malvados que criam um espelho mágico capaz de corromper quem olhar para ele para o mal, os trolls tentam levar o espelho ao céu para corromper os anjos, ele cai e seus fragmentos se espalham pelo mundo, e cada vez que um fragmento penetra em alguém ele torna a pessoa malvada e fria.

Depois a trama foca em duas crianças que moravam numa cidade dinamarquêsa, um menino Kai e uma menina Gerda, eles eram muito amigos e brincavam juntos construindo jardim de flores.

Quando o inverno chegou, a avó contou aos meninos que cada abelha possuia uma rainha, da mesma forma os flocos de neve, eles tinham uma rainha, a rainha da Neve, mas ela era malvada.

Depois de contar a história da rainha da neve as crianças, Kai vai brincar perto da janela e vê os flocos de neve se reunirem lá fora e crescerem, virando uma dama vestida com peles de urso, e com uma coroa na cabeça, era a Rainha da Neve.

Conforme os dias passavam, as duas crianças continuavam brincando, quando um dia, Kai foi atingido pelos fragmentos do espelho dos trolls, e começou a ficar malvado.

Gerda notou que seu amigo estava mais frio e distante, e quando eles sairam para andar de trenó. Gerda ficou para trás, Kai foi com seu trenó na frente e viu um trenó branco com uma pessoa enrolada em peles se aproximar e prender o trenó dele ao dela. Depois a figura desenrolou as peles de urso, e era a Rainha da Neve, a dama misteriosa, dando um beijo em Kai ela o fez adormecer, em seguida o colocou em seu trenó. E os dois partiram voando no trenó para o palácio da Rainha da Neve.

Gerda ficou procurando Kai, até que ouviu as crianças falarem que o viram ser levado por uma figura num trenó branco. Gerda sabia que era a Rainha da Neve. Assim, isso faz com que Gerda inicie uma jornada para resgatar Kai da Rainha da Neve.

Claro que o curta não usa o enredo nem os personagens do conto, mas apenas uma ilustração bem antiga de uma edição de A Rainha da Neve , que mostra Kai sendo levado no trenó da Rainha da Neve, a Rainha aparece com uma coroa e com uma roupa de pele parecida com a que Elsa usa no curta.

No começo do curta, Ana e Olaf estão no palácio de Arendelle, enquanto os servos arrumam os enfeites natalinos. Elsa e Ana percebem que todos em Arendelle possuem tradições familiares, exceto elas. Olaf então parte junto com Sven em busca de tradições familiares, enquanto Elsa e Ana tem uma pequena discussão, mas depois se reconciliam. Olaf viaja para a casa de uma família que mora em Arendelle, e descobre que eles tem uma tradição de Hanukkah, uma festa judaica onde se acendem velas comum na época de Jesus. Eventualmente, Olaf vai parar na casa de Oaken, o simpático vendedor de loja. Oaken o leva para a sauna, enquanto diz que conhece muitas tradições familiares.

Uma senhora bondosa dá um bolo de frutas para Olaf, enquanto ele viaja para longe no trenó puxado por Sven.

No caminho, Olaf encontra familias em Arendelle, que possuem tradições de Natal, Hanukkah e Solstício de Inverno.

Enquanto isso, Elsa procura por Ana e a encontra no sótão, onde há vários baús. Elsa leva seu lampião e encontra Ana dentro de um baú vestindo a fantasia que costumava usar quando criança, Ana em seguida abre um baú contendo luvas, e Elsa encontra sua boneca de infância. Ana está chateada pois acha que elas não tem tradições familiares, e por isso foi em busca de algo nos baús do sótão.

Elsa finalmente encontra um baú que ela havia guardado, e pondo o lampião na mesa, pede que Ana abra o baú. Ao abrir o baú, Ana fica surpresa com seu conteúdo ( que não é revelado naquele momento). Fazendo o espectador ficar curioso para saber o que há dentro do baú. Está curiosidade persiste durante todas as cenas seguintes, e o conteúdo do baú só é revelado no final.

Olaf eventualmente é ajudado por Oaken, o vendedor. Que o mostra suas tradições enquanto pede de Olaf aproveite a sauna. Oaken é realmente um dos personagens mais legais, Olaf claro, é muito engraçado, ele fala coisas engraçadas, zomba e brinca a vontade. Mas aqui conhecemos um lado até então não mostrado de Oaken, que ele tem uma sauna nos fundos da loja/ casa. Além disso, Oaken possui tradições familiares, e uma vida em comum. Confesso que apesar de Oaken fazer aparições em praticamente todos os filmes de Frozen, a vida particular dele nunca é explorado por completo, mas no curta, foi mostrado um lado bem fascinante do personagem. 

Embora o foco do curta seja Olaf, outros personagens também ficam destacados, além disso, novos moradores de Arendelle são mostrados, porque nos filmes o foco total era nas irmãs Ana e Elsa, mas quando Olaf sai por Arendelle em busca de tradições familiares, o curta também explora a cultura da Noruega, porque Arendelle é um reino norueguês. A Noruega é famosa por ser um exportador de peixe, bacalhau, salmão. Os pescadores também aparecem, algo (quase) nunca mostrado nos longas de Frozen. O curta explora a vida de pessoas comuns que vivem em Arendelle, o foco aqui não é mais só a realeza, as princesas e príncipes.

Além disso, o design, a proposta do curta, achei tudo muito bem bolado, até as roupas da Ana e Elsa são mais bonitinhas do que em Febre Congelante e Frozen 2. As músicas são tão boas quanto dos outros longas, e a mensagem que o curta passa é muito bonita.

Bem, o Christopher não aparece tanto, ele aparece ali usando uma guirlanda de capim e tocando violão e tal, numa cena bem cômica, com o Sven, Olaf e um troll feito de pedra e capim, com pêlos longos saindo do nariz. As irmãs Ana e Elsa ficam perplexas ao ver o troll cheio de pêlos no nariz.

Há também um curta chamado Era Uma Vez Um Boneco De Neve (2023), que mostra Olaf logo após ser criado por Elsa durante a música Livre Estou em Frozen (2013), apesar disso, o curta não é tão interessante, ele praticamente se centra em Olaf em busca de um nariz, enquanto é perseguido por lobos, que querem devorar seu nariz de salsicha. Oaken é quem dá o nariz a Olaf, Ana e Christopher também surgem, mas não vêem Olaf. No final, Olaf ganha o nariz de cenoura.

A meu ver, dos 4 curtas lançados até agora, este e o melhor, porque também há o curta LEGO Frozen: A Aventura Congelante (2016). Há planos para o lançamento de Frozen 3, e talvez lancem mais curtas daqui uns anos. Esperar para ver, acho que o único ponto fraco do curta, é que ele não mostrou Hans, que apesar de ser o antagonista do primeiro filme, a meu ver merecia um curta focado nele, não é novidade alguns longas explorarem a perspectiva do vilão, vimos isso em Malévola e Cruella, Hans não e um vilão malvado estilo Jafar ou Hades, ele virou o vilão porque deixou a ganância e a sede de poder subir a cabeça e em parte entendemos o que ele passou e o que ele queria realmente, mas para conseguir conquistar seus objetivos ele teria que sacrificar algumas coisas, e isso o fez abandonar Ana para a morte e nocautear Elsa, porque só assim ele ficaria com o trono de Arendelle, as terras e as riquezas para ele.

Agora voltando ao curta, no decorrer da trama, Olaf e Sven viajam com um trenó pela neve que é encendiado por um carvão que cai no meio dos presentes, Sven em desespero para apagar o fogo do trenó é arrastado até um abismo, o trenó em chamas cai no abismo enquanto Olaf cai na outra margem do penhasco são e salvo. Olaf é emboscado por lobos e foge.

Finalmente, a rena Sven vai até Christopher que estava preparando uma sopa para o jantar, e o avisa que Olaf estava sendo perseguido por lobos.

Ana e Elsa se juntam a Christopher e Sven para procurar Olaf por toda Arendelle. Olaf escapa e parte para Arendelle ficando enterrado na neve que caiu sobre ele.

Olaf faz gracinhas em todos os momentos, ele é bem humorado por natureza, mesmo quando estava sendo perseguido Olaf estava brincando, outro ponto muito bacana e quando Olaf estava junto das irmãs e elas o abraçaram, mostrando que amavam Olaf.

O curta transmite o espírito natalino, afinal, era o primeiro natal das irmãs após os portões serem abertos. Assim que Christopher diz que ele tem tradições familiares, pois foi criado numa floresta com monstros de pedra, e suas tradições são os trolls. Ana e Elsa pensam que são as únicas a não terem uma tradição. Bem, assistir o curta após Febre Congelante foi como um misto de alegrias e surpresas, Febre Congelante soou bem doentio como um adicional de Olaf, Olaf conta piadas bem caprichadas, num momento você está tocado pela tristeza por Ana e Elsa se sentirem infelizes, outra hora você se pega rindo de mais uma piada de Olaf, ou de Christopher com o troll peludo.

Há momentos fofinhos quando Elsa, Ana e Olaf estão juntos. Elsa e Ana aprendem que o verdadeiro espírito natalino serve para unir as pessoas para que elas possam celebrar e partilhar bons sentimentos, o Natal não é só comidas natalinas, bolos, pudim, doces, panetone, peru assado e presentes. O que importa e o que você carrega no coração, e você estar junto de quem ama e poder partilhar momentos de cumplicidade e amor com seus entes queridos, amigos e conhecidos, como diz a música "Se Estamos Juntos", cantada no final do curta, quando eles estão juntos o presente é ter a presença de alguém que amamos. 

Apesar de ter sido lançado em 2017, nos cinemas antes da exibição de Coco (" Viva a vida é uma festa "), o curta tem uma temática natalina bem alegre e jovial, comparada a 'Viva', que tem uma vibe mais dramática e triste, porque fala do feriado mexicano Dia de los Muertos, que as pessoas celebram para lembrar de pessoas que já morreram. Uma curiosidade, ao contrário do Dia de Finados, celebrado aqui no Brasil na mesma época, o Dia de los Muertos e um tanto diferente do Finados; No Dia de Finados, as pessoas costumam ir ao cemitérios levando guirlandas de flores, velas e incenso para pôr na lápide de seus entes falecidos. É um dia triste, mas o Dia de los Muertos, as pessoas celebram a memória daquele que já morreu, não sei se você já viu isso em uma novela mexicana, mas no México quando alguém morre, é uma tradiçao do Dia de los Muertos e comum os entes construirem um altar com quadros do falecido, comidas preferidas do morto, e flores laranjas avermelhadas, etc. Viva foca principalmente no feriado, quando o protagonista Miguel, vai parar no mundo dos mortos e percebe que a lembrança dos entes queridos mantém os espíritos dos mortos vivos por lá. Aqueles que são esquecidos desaparecem para sempre.

O curta também é sobre um feriado religioso, o Natal, mas toda a parte religiosa do feriado é deixado de lado, porque este não é o objetivo do curta, ser um filme gospel. Sim, mas logo no início temos algumas coisas que evocam um pouco a parte religiosa do natal, Ana e Elsa vão até todo o povo de Arendelle para tocar o sino, dai temos um flashback da infância das irmãs, que mostra que durante todo Natal seus pais costumavam tocar o grande sino. O sino em si, evoca a religiosidade da festa, porque normalmente os sinos são tocados em igrejas e capelas para os fiéis. Isso também evoca um pouco o conto A Rainha da Neve , Kai ouvia o toque de sinos de uma capela antes de ser atingido pelos fragmentos do espelho dos trolls. Inclusive, tem um personagem em Frozen chamado Kai, mas ele é apenas um servo do palácio de Arendelle, já é adulto e não é nada semelhante ao pequeno Kai. 

Tenho que admitir que a Disney deu uma modernizada e suavizou o enredo para ficar bem no estilo Disney, em Frozen não há crianças ladras, velhas malvadas, e nada do que Andersen pôs na sua versão de 1844. A própria Rainha da Neve de Andersen era uma figura um tanto misteriosa, ela quase não tinha diálogos e todas as suas aparições eram um tanto sinistras. Realmente, Disney fez um ótimo trabalho em expandir a Rainha, tranformando a em uma princesa boazinha com uma irmã, ela não era mais aquela figura misteriosa que raramente dizia alguma coisa e estava sempre a espreita fazendo rápidas aparições, também Andersen não revelava a razão da Rainha ser malvada, ela era má por natureza e muito sinistra. Gosto bastante da versão de Andersen também mas o ponto fraco dela é que a antagonista não e muito bem aproveitada, além disso, há algumas coisas controversas nela, inclusive alguns personagens sequer tem nomes.

Realmente, na Rússia, na Finlândia e na Escandinávia, a Rainha da Neve de Andersen é muito popular, os russos tem até uma variante da história, A Donzela de Neve. No curta, além do Natal, há também algumas menções aos feriados de Hanukkah e Solstício de Inverno, que são tradições familiares de alguns moradores de Arendelle.

O Hanukkah não é tão difundido nas culturas ocidentais, e segundo a Wikipédia, a origem da Hanukkah está nos livros apócrifos da Bíblia 1 e 2 Macabeus.

O Hanukkah é um feriado judaico que celebra a recuperação de Jerusalém e início da Guerra dos Macabeus no Século II A.C. 

1 e 2 Macabeus juntamente com outros 5 livros ( Tobias, Judite, Eclesiástico, Sabedoria de Jesus Ben Sirach e Baruque) e adições gregas aos livros canônicos de Ester e Daniel foram banidos das Biblias protestantes durante a formação do cânone do velho testamento.

Por isso, a Hanukkah seria um feriado pagão, porque provém de uma obra não inspirada por Deus, com inexatidão históricas. Quase todas estas obras são de origem duvidosa, e acredita-se que algumas delas foram escritas mesclando elementos fictícios e alegóricos para encorajar o povo judeu e para fins didáticos. A historicidade de Judite e Tobias ainda é debatida nos meios teológicos. 

A Guerra dos Macabeus ocorreu provavelmente entre 167 a 141 A. C. no território da Judéia e Jerusalém. 1 Macabeus começa cerca de 1 século e meio após a conquista da Judéia dos gregos sob Alexandre, o Grande. Depois que o império de Alexandre é dividido para que a Judéia se torna-se parte do Império Selêucida grego. O governante grego Antioco VI Epifânio tentou suprimir a prática da lei judaica básica, resultando na Guerra dos Macabeus. Neste contexto, a salvação do povo judeu veio através de Judas Macabeu, a figura do herói, e de particularmente através da família de Matatias, Jonatas Apphus, Simeão Thassi e do filho de Simeão, João Hircaro.

O festival de Hanukkah é instituído por Judas Macabeu e seus irmãos para celebrar a festa ( 1 Macabeus 4:59).

A festa é realizada durante 8 dias, as pessoas costumam acender velas, cantar canções, recitar orações e comer alimentos fritos com óleo e laticínios. No calendário hebraico, o Hanukkah é celebrado no dia 25 do mês de Kislev, que ocorre mais ou menos entre 28 de novembro e 27 de dezembro no calendário grego. As velas comumente são acesas num candelabro de 9 ramos, chamado de menorá ou hanukkia.

 O Hanukkah tem valor cultural para os judeus seculares e é comumente celebrada pois tem base no judaismo rabinico, devido a ocorrer frequentemente na mesma época do Natal durante a temporada festiva.

Claro, há uns momentos enquanto você assiste ao curta e se pega pensando no quão maravilhoso os figurinos dos personagens estão, sem dúvidas, foi um curta mais longo mas que trouxe uma boa mensagem para nós

Eventualmente, após o primeiro filme e o lançamento de Frozen II ou Frozen 2, a Disney lançou também Frozen Febre Congelante, que eu inclusive já assisti, e um curta mais curto e tem uma rápida aparição do Hans, o príncipe ambicioso do primeiro longa, que foi banido. Mas o que deixa a desejar é que o curta não tem um objetivo de passar alguma mensagem ele foi pensado para ser uma adição a história, este particularmente traz uma linda lição ao final: A Mágia das festas é poder unir as pessoas.

Particularmente, curta não aborda apenas o Natal, mas também festas de Hanukkah, e Solstício de Inverno. Todas festas religiosas que tem raízes nas histórias da Biblia. O Natal é comumente associado ao Nascimento de Jesus Cristo, embora no Novo Testamento da Biblia Sagrada não haja menção ao Natal ou a data do nascimento de Jesus.Toda a parte religiosa da festa é deixada de lado, afinal, o curta não é um filme gospel mas uma animação para crianças. Há um momento sim - em que Elsa e Anna se lembram que quando eram crianças, e  durante todo Natal seus pais costumavam tocar o sino e quando adultas elas fazem isso diante do povo de Arendelle - há uma teoria minha de que é uma referência as igrejas.

A mensagem que o curta passa. É uma linda mensagem, além disso, há uma coisa que é mantida em segredo durante boa parte de Olaf, o conteúdo da caixa-baú de Elsa. Esse suspense e dúvida cria uma expectativa no espectador que anseia por descobrir o que há dentro do baú. Isso só é revelado nos momentos finais do curta. Não vou dizer o que é porque se você não viu o curta, vai ser um baita SPOILER, e vai acabar com toda a magia da dúvida. Então é isso, Olaf em uma nova aventura congelante de Frozen é um curta mais longo e que usa de um elemento sensacional para manter o público vibrado no filme : a dúvida e a curiosidade. E acaba funcionando, apesar de as músicas não serem tão boas quanto do Frozen de 2013, elas tem uma mensagem fofinha. O figurino da Elsa e Anna estão muito lindos, e do Christopher também. Oaken - o norueguês vendedor da loja - aqui também aparece mais que nos outros filmes. Outro elemento sensacional é que o curta mergulha um pouco na cultura norueguesa, um exemplo, Elsa e Oaken usam de lampiões e vestes tradicionais da Noruega, algo comum na Noruega. Enfim, Vá lá e assista, espero que goste.