segunda-feira, 18 de setembro de 2023

O Dia que Eu Assisti: Invocação do mal 3 : A Ordem do Demônio - É muito assustador?

 

Pôster de Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio (Reprodução/ Internet)
©2023 Warner Bros. Todos os direitos reservados.
Hoje eu assisti ao filme Invocação do Mal 3:A Ordem do Demônio , e vocês sabem que eu estou adorando essa saga de filmes de terror, claro que como bom amante de cinema e terror, eu não poderia deixar de assistir a esse filme. Eu tinha uma expectativa pelo filme, afinal já havia assistido aos 2 longas anteriores e minha expectativa com relação ao filme era que fosse ser algo igual aos longas anteriores. Só que esse filme mergulha numa trama bem diferente dos outros, que falam de casas mal assombradas, ele aborda um julgamento de um assassinato.

Você já deve se lembrar que os protagonistas do longa, o casal Ed & Lorraine existiram de verdade, já falei isso inúmeras vezes nas outras postagens sobre essa saga.  O casal investigou vários casos paranormais e um deles serviu de inspiração para o plot desse filme.

Caso O Diabo me fez fazer

O caso do julgamento de Arne Cheyenne Johnson - que é conhecido como caso The Devil Made me do It [ O Diabo me fez fazer isso] - que aconteceu em 1981, serviu de base para a trama do filme. Mas o que aconteceu? 

Arne Cheyenne Johnson foi o responsável pelo primeiro processo judicial conhecido nos EUA em que a defesa buscou provar a inocência com base a alegação do réu de posse demoníaca e negação de propriedade pessoal responsabilidade pelo crime.

Em julho de 1980,o casal Warren foi chamado para realizar um exorcismo em um menino chamado David Glatzel,que estava sendo atacado por um demônio. Foi necessário a presença de quatro padres católicos, dos pais do menino, do casal Warren, de Arne e da irmã de David e namorada de Arne, Debbie Glatzel para lidar com a presença nefasta na criança. O desfecho não foi dos melhores: segundo a família Glatzel, Arne Cheyenne Johnson, na tentativa de salvar o menino, desafiou a entidade a possuí-lo, e foi possuído.
Nos meses antes do crime, a vida dos Glatzel não foi fácil. O rapaz foi morar com a namorada e os sogros, mas rapidamente a casa se tornou palco de eventos estranhos. A família relatou comportamentos bizarros de David e de Arne, e também aparições fantasmagóricas que alertavam para um perigo iminente. Pouco tempo depois, em fevereiro do ano seguinte, Arne Cheyenne Johnson se tornou um assassino.

David Glatzel com Ed & Lorraine Warren em 1980
(Reprodução/Internet).



David Glatzel durante exorcismo em 1980 (Reprodução/Internet).

E alguns dias depois de Johnson incitar o demônio durante o exorcismo, ele foi atacado de forma bastante cruel pelo demônio, que supostamente assumiu o controle de seu carro e o forçou contra uma árvore; felizmente, Johnson saiu ileso. Após este incidente, Johnson voltou à propriedade alugada para examinar um antigo poço que supostamente abrigava o demônio. Tanto na versão dramatizada quanto em seu relato pessoal, Johnson lembra que este foi seu encontro final com o demônio enquanto estava completamente lúcido.
Arne Johnson indo para o julgamento( Reprodução/Internet).

Na época, Debbie Glatzel (com 26 anos na época)havia sido contratada por Alan Bono, um novo residente em Brookfield, para trabalhar em um canil como tratadora de cães. Alan Bono chegou a arrumar um apartamento para o casal morar perto de seu local de trabalho. Depois de se mudar, Arne(com 18 anos na época)começou a apresentar um comportamento estranho, segundo Debbie, ele caia num estado de transe,rosnava e alucinava, mas depois não tinha nenhuma memória disso.
Debbie Glatzel falando com Ed & Lorraine Warren na época do assassinato, 1981
 ( Reprodução/Internet).

Arne Cheyenne Johnson e sua namorada Debbie Glatzel (Reprodução/Internet).

Até que no dia 16 de fevereiro de 1981, Arne e Debbie foram para o canil onde ela trabalhava junto com a irmã dela Wanda e sua prima de apenas 9 anos, Mary. Alan Bono que era empregador de Debbie comprou o almoço do grupo em um bar local e começou a beber muito. Depois do almoço, eles voltaram ao canil, Debbie levou Mary e Wanda para comprar pizza. Elas voltaram muito rapidamente e Bono já estava embriagado e agitado. Todos saíram da sala por insistência de Debbie, exceto Bono que agarrou Mary e se recusava a solta-lá. Arne voltou para o apartamento e ordenou que Bono soltasse Mary. Segundo Wanda, Mary correu para o carro, enquanto Debbie tentava amenizar a situação entre os dois homens. Arne rosnando como um animal , sacou um canivete de 5 polegadas e esfaqueou Bono repetidamente, que morreu algumas horas depois.
Retrato de Arne Johnson na época que o assassinato aconteceu, em 1981 ( Reprodução/ Internet).

Arne foi encontrado há 3 Km do local do assassinato, e levado para o Centro Correcional de Brigdeport.No dia seguinte, Lorraine Warren informou a polícia de Brookfield que Johnson estava possuído quando o crime foi cometido. O julgamento de Arne começou no dia 28 de Outubro de 1981, no Tribunal Superior de Connecticut em Danbury. O advogado de defesa de Johnson, Martin Minella, tentou apresentar uma confissão de culpa por possessão demoníaca,mas o juiz presidente, Robert Callahan, rejeitou essa defesa. Após um breve julgamento, Arne Johnson foi condenado em 24 de novembro de 1981 por homicídio culposo. Ele foi sentenciado a 10-20 anos de prisão,mas por bom comportamento cumpriu apenas 5 anos. Arne se casou com Debbie enquanto estava na prisão, e o casal permanecia junto até hoje. Segundo algumas fontes, Debbie morreu de câncer antes do lançamento de Invocação do Mal 3.
Arne Johnson na época do assassinato em 1981(a esquerda) e atualmente (a direita)(Reprodução/Internet).

Arne Johnson e sua esposa Debbie Glatzel 
( Reprodução/Internet).

O que achei  do filme (Com Spoilers)

O  começo do longa é semelhante a história real, só que o exorcismo de David Gratzel foi um pouco mais dramatizado, e o menino era assombrado pelo demônio de uma forma bem diferente do caso real, no início do longa temos até uma cena de banho de sangue, essa cena me lembrou uma cena de banho de sangue no filme It Capitulo 2, que também acontece no banheiro. As duas cenas são muito parecidas. Logo depois, durante o exorcismo, David ataca o Ed Warren fazendo ele ter um ataque cardíaco e ir parar no hospital. Arne acaba pedindo ao demônio para possui-lo, o que acaba acontecendo e David volta ao normal. O ator que faz o Arne, o Ruairi O'Connor deu um show na atuação e na performance como Arne. Mas na comparação, o visual dele passa longe do Arne verdadeiro, acho que porque o filme é recente e ficaria muito esquisito retratar o personagem com as roupas e o visual da época.

Para mim, esse filme focou muito no relacionamento da Lorraine e do Ed, na origem do relacionamento deles, parecendo uma comédia romântica. Não achei que combinou retratar um caso amoroso num filme de terror fosse uma boa idéia. E ainda mais que eles usaram o argumento de que o amor entre o casal pode ser usado para vencer o mal, um argumento bom num filme de comédia romântica, já para um filme de terror parece uma bobagem.
Foto montagem com Ed & Lorraine Warren jovens e adultos em Invocação do mal 3 (Reprodução/Internet).
Ed & Lorraine Warren jovens em cena do filme Invocação do mal 3 (Reprodução/Internet).

Mas um destaque do longa, é Isla e o demônio, que não são baseados em casos reais e fazem o filme não ser tão previsível. Isla é a bruxa satanista que colocou o totem de bruxa na casa dos Glatzel para possuir David, Lorraine descobre isso através de investigações na casa e num porão velho, onde ela encontra o totem de bruxa. Isla passa a possuir Arne enquanto ele está na prisão, fazendo ele ver Bruno. Alan Bono tem seu nome trocado no filme talvez para evitar problemas, no longa ele se chama Bruno. Essa parte do filme foi toda inventada pelos roteiristas, o Arne verdadeiro não estava sendo possuído por uma bruxa satanista. Isla é a grande vilã do longa, ela que está por trás das possessões. Ed & Lorraine também investigam um caso de uma moça desaparecida, que também foi morta por outra moça, confesso que essa parte do filme decepciona muito, eles praticamente imitam o caso do Arne e do Bruno com as meninas. Acho que faltou criatividade dos roteiristas para fazer uma subtrama original, a única diferença nesse caso é que a assassina se matou após ter cometido o crime se jogando de um penhasco. 

Achei a personagem Debbie  muito chatinha, ela só ficava no pé do Arne, chorando e implorando para ele não cometer suicídio. Não sei se a Debbie verdadeira era assim, na minha opinião, ela devia tentar fazer algo para ajudar seu namorado a sair da prisão. Na verdade, não gosto da Debbie por ela ter mantido um relacionamento com um cara que matou o seu patrão e foi preso por isso. A Debbie é uma puta vadia que aceitava que o marido fosse um assassino, se eu estivesse no lugar dela  teria me separado do Arne por ele ter matado o meu patrão. Para mim, Debbie só provou que é uma imprestável e vagabunda, que deixa que os homens façam o que quer, que a trouxa aceita calada. A atriz que fez a Debbie no filme, fez uma ótima performance, estava bem natural e espontânea. 

A Atriz Sarah Catherine como Debbie (à esquerda) e a verdadeira Debbie Glatzel (à direita)(Reprodução/Internet).
Já o ator Ruairi O'Connor, também me lembrou o príncipe Harry quando jovem, os dois estavam com o rosto bem parecidos.


Olhando as duas fotos, dá para ver a semelhança no rosto do ator irlandês e do príncipe Harry jovem, o contorno do rosto e a tom de pele são quase idênticos.

O filme é mediano, não chega a ser tão bom quanto os 2 anteriores, mas não é tão ruim quanto Annabelle (2014).

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